Caros amigos,
Na próxima terça feira estarei gravando palestra para Fantástico , TV Globo, no quadro "Garota Fantástica". É um reality show que visa selecionar candidatas a modelos. Falarei sobre Transtornos Alimentares. Em primeira mão, um dos textos que as 16 finalistas receberão.
Grande abraço
Tommaso
POR QUE MODELOS PODEM DESENVOLVER TRANSTORNOS ALIMENTARES?
A profissão de modelo é caracterizada por altos níveis de ansiedade. Entre as principais causas estão às mudanças devida a que uma profissional se submete. Muda de cidade, de estado, vem para a cidade grande, mora longe da família, com outras colegas, no inicio “onde cabe”, em alojamentos disponibilizados por suas agências. Deixa o grupo de amigas, a escola, os colegas e se engaja num meio profissional altamente competitivo. A tônica do trabalho é a imprevisibilidade. Tudo nesta profissão é imprevisível. Trabalhos conseguidos são cancelados, outros são agendados quando a menina não espera, o que “É” hoje, “não É” mais amanhã. Isso implica em altas doses de frustração e na necessidade de lidar com elas. Em seu dia a dia participam de testes, os chamados castings, onde serão avaliadas para determinado trabalho. Só que essa avaliação é arbitrária, subjetiva, sem nenhuma base racional. Dito de outra forma, um atleta é avaliado pelos números de seu desempenho. Na moda não! É um “serve” ou “não serve”, a mercê da boa vontade do cliente, nem sempre tão “boa” assim. No mesmo dia ouve que é alta demais, baixa demais, quem tem peito de mais ou de menos. Diga-se ainda, que muitos clientes não são tão educados... Muitas meninas sentem essa avaliação arbitrária como rejeição.
Outra exigência da profissão é a questão do tipo físico. Decretou-se que a medida do quadril de uma modelo não deve ultrapassar 90 cm... Porque? Eles também não sabem,... Mas fazem de conta que sabem... Isso quer dizer uma magreza quase patológica, se a menina não for autenticamente assim... Como a absoluta maioria das mulheres não é, esse é um atributo que ocorre em apenas 0,5 % da população feminina do mundo, a grande maioria começa a fazer grandes sacrifícios para emagrecer. Em outras palavras, para aderir a um determinado “padrão” passam a praticar comportamentos de risco: dietas loucas, jejuns, remédios sem prescrição médica, drogas, laxantes, diuréticos e outros, visando o tal quadril 90.
Juntando a ansiedade, o stress, a tensão e essa busca indiscriminada do “corpo profissional” exigido pelos senhores estilistas, autênticos donos da verdade e acima do bem e do mal, a menina entra numa faixa de risco que poderá levá-la a um transtorno alimentar.
Dr. Marco Antonio De Tommaso
- Psicólogo e psicoterapeuta pela Universidade de São Paulo
- Atuou no IPQ HC USP em pesquisa e atendimento
- Credenciado pela Assoc Bras para Estudo da Obesidade
- Consultor da Unilever - Dove na Campanha pela Real Beleza
- Psicólogo das Agências Elite e L'Equipe de modelos.
11 - 3887 9738 www.tommaso.psc.br tommaso@terra.com.br
http://tommasopsicologia.blogspot.com/
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