MATÉRIA REVISTA BOA BOA FORMA AGOSTO 2009
Caros amigos,
Passo a vocês matéria de minha coluna ,“O melhor de você”, na revista no mês de agosto de 2009.
Olá, Dr. Tommaso,
Meu nome é Amanda*, tenho 22 anos, 1,72 metro de altura, 60 quilos e índice de massa corporal 18. Já fui eleita a garota mais bonita da faculdade e mais de uma vez convidada para representar minha cidade em concursos de beleza, mas sempre achei que estavam tirando sarro de mim e acabei não aceitando. Antes, preciso emagrecer vários quilos, pois me acho feia, enorme. O que eu queria é ser magra como as modelos. Na tentativa de perder peso, já experimentei jejuar três vezes por semana, tomar remédio para tirar a fome e dobrar meu treino de corrida. Mas senti tontura, o exercício não rendeu e cheguei a desmaiar em uma ocasião. O que mais devo fazer?
*nome trocado para preservar a identidade da leitora
Querida Amanda,
Pelos seus dados corporais, tudo está absolutamente normal com você. Pelo que conta de sua aparência, também (ou não seria chamada para concurso de beleza nenhum, certo?), ainda que sua autoestima baixa não a deixe acreditar nisso. Mais do que uma questão de imagem, o que temos aqui é um problema de autoimagem, que é o retrato mental que fazemos do nosso corpo e que não corresponde a como de fato ele é. Bem, você não está sozinha nessa: entre as modelos, aquelas em quem você se espelha, 92% fariam cirurgia plástica se pudessem e a nota média que dão à sua beleza foi 6,3, em uma pesquisa realizada em agências de São Paulo. Sim, vocês têm mais em comum do que imagina – além de serem altas, magras e, a julgar pelo que você descreve, bonitas: estão obcecadas por um padrão de beleza perfeita muitas vezes imposto pela sociedade, pela moda, pela mídia. Só que perfeição não existe, muito menos há um “belezômetro” para medir quem é mais bonita do que quem. Até porque beleza não se limita a características estéticas ou um conjunto de medidas. Fatores como autoconfiança, bom humor, atitude, cultura, simpatia e comunicação também contam – e muito – para potencializar o que uma pessoa tem de belo. Procure essas qualidades em você para levantar sua autoestima. Garotas com autoestima em dia se veem melhor, aceitam-se mais e convivem em harmonia com o que não podem – ou não devem – mudar. No seu caso, as alterações que deseja e os meios para consegui-las não são saudáveis, e colocam-na à beira de um transtorno alimentar que pode acabar comprometendo a sua vida. Para desenvolver sua autoestima, experimente escrever num papel uma lista de coisas de que gosta em você, fisicamente ou não. Leia a relação várias vezes ao dia, tentando acrescentar um item de vez em quando. O exercício vai ajudá-la a enxergar sua beleza real, aquela ligada à sua individualidade e que nem sempre vem refletida no espelho.
Um grande abraço.
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