terça-feira, 24 de abril de 2012

PSICOTERAPIA NA OBESIDADE/SOBREPESO

O índice de “sucesso” no tratamento da obesidade ainda é muito pequeno. O tratamento sofistica-se, torna-se cada vez mais interdisciplinar e a psicologia vem participando ativamente da tentativa de recuperação. Como atua a Psicologia no tratamento da obesidade? Antes de qualquer coisa, a pessoa gorda sofre todo tipo de discriminação social e pessoal. A criança gorda recebe apelidos de toda ordem, vira ponto de referência de toda uma série de piadas e sua autoestima acaba bastante comprometida. Pode inibir-se socialmente, apresentar dificuldade de comportamento interpessoal, diminuição da autoconfiança, desenvolvendo uma série de estratégias de sobrevivência que tem como característica comum a evitação. De contatos mais autênticos, de práticas esportivas, de toda uma série de prazeres que farão com que a comida, mais do que UM prazer, se torne O PRAZER... Nascem daí os “gordinhos engraçados”, a “gordinha confidente, “a gordinha amiga”, todos frutos de uma desesperada tentativa de sobrevivência social. Em síntese, o gordo tem de enfrentar de cara a rejeição por ser ou ter-se tornado gordo, como se fosse culpa dele... Alguns se tornam fóbicos sociais, outros fóbicos e deprimidos. Nesta altura não faz mais sentido perguntar o que veio antes, o ovo ou a galinha... o gordo é ansioso porque é gordo ou é gordo porque é ansioso ? Efetivamente, desenvolveu quadro de ansiedade! Primário ou secundário? Na prática ele sofre e precisa ser tratado. O comportamento alimentar sofreu alterações. Na maioria das vezes passou por inúmeros tratamentos e sabe o que fazer embora não consiga... O processo não é só lógico... Meninas vão ao outro extremo e, numa tentativa desesperada de emagrecimento, vulnerabilizam-se para os transtornos alimentares. Trabalhar o comportamento alimentar, aquele que é mais “primitivo”, e que, ”domesticado”, permite a consecução do comportamento nutricional, mais lógico e elaborado, cientificamente fundamentado, seria o objetivo da psicologia. Para tanto é necessário desvincular a ansiedade e outros fatores emocionais do ato de comer, trazer o comportamento alimentar para os estímulos internos da fome e restringir todos os outros que a ele se associaram na história de vida da pessoa e que se tornaram desencadeantes. “Trabalhar as habilidades sociais atrofiadas durante a vida e que ajudaram a desenvolver a “novela de dois personagens:” a comida e eu” que muitos gordos protagonizam. Indispensável trabalhar a ansiedade , na maioria das vezes causa e efeito, simultaneamente , do ato de comer desadaptativo. Identificar a existência da compulsão alimentar, grande vilão das reorientações alimentares, onde a pessoa narra uma “urgência irresistível” para comer . Trabalhar, enfim, as dificuldades da pessoa que não são “solucionáveis” pela comida. Levar o paciente à resgatar o binômio fome-saciedade , sem esquecer que por traz da obesidade e do sobrepeso podem existir ganhos secundários que impedem o emagrecimento. È fundamental o incentivo a novas formas de gratificação e prazer para que o alimento seja um prazer , mas não O PRAZER. Sintetizando, levar-lhe a assumir que, não se modifica peso de forma permanente se não se modificar comportamento e que , mais do que fazer uma dieta para perder algum peso por algum tempo, deverá estabelecer todo um programa em longo prazo! Dr. Marco Antonio De Tommaso - Psicólogo e psicoterapeuta pela Universidade de São Paulo - Atuou no IPQ HC USP em pesquisa e atendimento - Credenciado pela Assoc Bras para Estudo da Obesidade - Consultor da Unilever - Dove de 2004 a 2010 - Articulista da revista Boa Forma “No Divã” - Psicólogo da Agência L'Equipe de modelos. - Consultor de psicologia do site www.giselebundchen.com.br 11 - 3887 9738 www.tommaso.psc.br tommaso@terra.com.br http://tommasopsicologia.blogspot.com/ Rua Bento de Andrade, 121 Jardim Paulista São Paulo

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