Exercício físico compulsivo
Atividade física é fundamental para a saúde e o bem
estar. Melhora a autoestima. Deve ser praticada com regularidade e segurança,
orientada por um especialista após a pessoa ter se submetido à avaliação médica.
A corrida, particularmente, traz enorme bem estar,
provoca a secreção de hormônios do prazer, como a endorfina, melhora nosso
humor, reduz a ansiedade e é eficaz coadjuvante no tratamento das depressões
leves. Promove queima calórica e é importantíssima componente de um programa de
emagrecimento, ao lado de nutrição adequada e do equilíbrio psicológico. Além
dos aspectos de saúde, beneficia a questão estética.
Por todas essas razões, é fácil exagerar em sua
prática! Muitas pessoas, inebriadas com a endorfina, extrapolam em seus
treinos. Até aí, normal e vemos isso ocorrer diariamente.
Porem existem aquelas que estão sempre inquietas e
ansiosas diante do exercício. Exageram na quantidade e na intensidade, deixam
de lado outras áreas de suas vidas para praticá-las, sentem–se culpadas quando,
por um motivo de força maior não podem treinar. Temem engordar se perderem um
dia e, efetivamente, se vêm engordando. São adeptas do “fazer até doer, se não,
não faz efeito”. Mostram-se relutantes aos limites colocados pelo treinador e até
as criticas familiares. Não raro, praticam as escondidas. Chegam a tomar
antiinflamatórios, para driblar a dor e continuar fazendo. “Mais é melhor”, é o
lema. São acometidas frequentemente por lesões.
Há uma idéia invasiva (vem contra a vontade da
pessoa, que não consegue desvencilhar- se dela) de “estar engordando” ou
“perdendo a forma” ou de “estar feia”, entre outras. Mais que um prazer e uma
necessidade, o exercício entra como uma “urgência” interna, e sua realização
reduz provisoriamente a ansiedade provocada pelos pensamentos iniciais. Alivia
momentaneamente a culpa por sentir-se engordando. Em alguns casos vem após
episódio alimentar em que a pessoa acha que comeu algo que acha que a fará
engordar.
Habitualmente sabem que estão fazendo demais, mas não conseguem deixar
de fazê-lo, resistindo à orientação do orientador físico ou das críticas
familiares.
O
exercício físico compulsivo pode ser parte integrante dos transtornos
alimentares (anorexia e bulimia), onde assume o papel de comportamento
compensatório aos ataques de comer ou mesmo provenientes de má avaliação da
própria imagem. A anoréxica tem verdadeira “obsessão pela magreza” e a bulímica
pavor de engordar... Geralmente ocorre em pessoas (predominantemente mulheres)
jovens e de peso normal ou até abaixo.
Com
certeza, não é a atitude adequada diante da atividade física e da corrida!
Corra com prazer! Saboreie a sensualidade da corrida, a explosão da endorfina e
não o milésimo de segundo que a separa do recorde mundial! Corra “com todos os
sentidos”. Contemple a paisagem, sinta seu corpo, tateie o solo. A corrida deve
baixar a ansiedade e não provocá-la! Correr deve provocar uma sensação de
liberdade, de eficiência. Seja carinhosa com você! Que tal colocar sua cabeça,
suas emoções e pensamentos a trabalharem a seu favor e não contra?
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