segunda-feira, 9 de julho de 2012

ARROGÂNCIA OU...TIMIDEZ???


ARROGÂNCIA OU...TIMIDEZ?


     Toda pessoa tímida já ouviu coisas do tipo: “as primeiras vezes em que a vi achei que você não queria conversa, que era convencida. Agora que a conheço bem vejo que é uma pessoa legal”.

     A conduta do tímido revela um tipo de reserva que freqüentemente é confundida com arrogância. Por medo da avaliação negativa dos outros, receio de ser rejeitado, de não agradar, de fazer ou dizer algo tolo, o tímido se contem, artificializa e formaliza sua conduta.

     A leitura feita pela sociedade é que “não quer papo”, que “se acha”. Isso provoca grande sofrimento interno ao tímido, alem de prejuízos de toda monta, sociais, acadêmicos, profissionais, afetivos.

     Na timidez está presente flagrante déficit de auto-estima, no não acreditar em si mesmo, na própria capacidade de conviver e entreter o próximo, de interagir com a sociedade. Uma sensação permanente de inadequação.

     O tímido não é frio, ao contrário. Gostaria de “estar lá”, de participar, de pertencer, mas não se crê capaz. Tem medo de rejeição, critica-se com muita crueldade, exige-se à perfeição, medo de errar, de arriscar. A eminência de rejeição, criada por ele próprio, é tão acentuada que, para evitá-la é melhor não arriscar. É preso de pensamentos e sentimentos irreais a respeito de si mesmo, sempre, é claro, se desvalorizando. “Sou tolo”, “não sou capaz” e outros.

    A hipersensibilidade à rejeição faz com que avalie erroneamente as reações alheias, o que o leva a interpretar negativamente uma reação neutra como sendo negativa.

    A baixa auto-estima faz com que necessite de referenciais externos de auto-afirmação, já que não dispõe de critérios externos com os quais possa julgar a si mesmo de forma positiva. Mesmo quando queridos, sentem-se como impostores prestes a serem desmascarados. “Se me conhecessem direito não falariam bem de mim”.

     Para escaparem do mal estar que sentem em situações sociais, estas pessoas as evitam ou a elas comparecem com grande sofrimento. A fuga e evitação continuamente praticadas para escapar da ansiedade acabam se automatizando, se cronificando na forma de ser da pessoa.

     Este tipo de timidez é estudado e tratado satisfatoriamente por modernas formas de psicoterapia, testadas e aprovadas nos grandes centros de pesquisa de todo o mundo.

Dr. Marco Antonio De Tommaso
-  Psicólogo e psicoterapeuta pela Universidade de São Paulo
-  Atuou no IPQ HC USP em pesquisa e atendimento
-  Credenciado pela Assoc Bras para Estudo da Obesidade
-  Consultor da Unilever - Dove de 2004 a 2010
-  Articulista da revista Boa Forma “No Divã”
-  Psicólogo da Agência  L'Equipe de modelos.
-  Consultor de psicologia do site www.giselebundchen.com.br


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