ARROGÂNCIA
OU...TIMIDEZ?
Toda pessoa tímida já ouviu coisas do tipo: “as
primeiras vezes em que a vi achei que você não queria conversa, que era
convencida. Agora que a conheço bem vejo que é uma pessoa legal”.
A conduta
do tímido revela um tipo de reserva que freqüentemente é confundida com
arrogância. Por medo da avaliação negativa dos outros, receio de ser rejeitado,
de não agradar, de fazer ou dizer algo tolo, o tímido se contem, artificializa
e formaliza sua conduta.
A leitura
feita pela sociedade é que “não quer papo”, que “se acha”. Isso provoca grande
sofrimento interno ao tímido, alem de prejuízos de toda monta, sociais,
acadêmicos, profissionais, afetivos.
Na
timidez está presente flagrante déficit de auto-estima, no não acreditar em si
mesmo, na própria capacidade de conviver e entreter o próximo, de interagir com
a sociedade. Uma sensação permanente de inadequação.
O tímido
não é frio, ao contrário. Gostaria de “estar lá”, de participar, de pertencer,
mas não se crê capaz. Tem medo de rejeição, critica-se com muita crueldade,
exige-se à perfeição, medo de errar, de arriscar. A eminência de rejeição,
criada por ele próprio, é tão acentuada que, para evita-la é melhor não
arriscar. É preso de pensamentos e sentimentos irreais a respeito de si mesmo,
sempre, é claro, se desvalorizando. “Sou tolo”, “não sou capaz” e outros.
A
hipersensibilidade à rejeição faz com que avalie erroneamente as reações
alheias, o que o leva a interpretar negativamente uma reação neutra como sendo
negativa.
A baixa
auto-estima faz com que necessite de referenciais externos de auto-afirmação,
já que não dispõe de critérios externos com os quais possa julgar a si mesmo de
forma positiva. Mesmo quando queridos, sentem-se como impostores prestes a
serem desmascarados. “Se me conhecessem direito não falariam bem de mim”.
Para escaparem
do mal estar que sentem em situações sociais, estas pessoas as evitam ou a elas
comparecem com grande sofrimento. A fuga e evitação continuamente praticadas
para escapar da ansiedade acabam se automatizando, se cronificando na forma de
ser da pessoa.
Este tipo de timidez é estudado e tratado
satisfatoriamente por modernas formas de psicoterapia, testadas e aprovadas nos
grandes centros de pesquisa de todo o mundo.
2 comentários:
Como isso é real, interpretamos mal e somos mal interpretados muitas vezes.
Um grande beijo
Oi Lú! Com certeza! Um grande beijo e uma ótima Páscoa!
Tommaso
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