segunda-feira, 21 de setembro de 2009

ANOREXIA ALCOÓLICA

ANOREXIA ALCOOLICA (“Drukrexia”)


A associação do alcoolismo com os transtornos alimentares é cada vez mais comum. Estudos mostram que 30% das mulheres com dependência de álcool têm algum tipo de problema alimentar.

A drunkorexia ou anorexia alcoólica ainda não está classificada nos manuais de transtornos psicopatológicos. O termo foi criado nos Estados Unidos para indicar a troca das calorias da comida pelas do álcool.

Ocorre preferencialmente em mulheres entre os 20 e os 40 anos. A característica principal é a restrição calórica dos alimentos em função da bebida alcoólica, visando o corpo magro sem restrição do álcool. Essas pessoas tem medo mórbido de engordar, fazem dietas rígidas, mas apresentam ingestão de grande quantidade de álcool. Algumas alegam que o álcool reduz a fome. Outras bebem em jejum para sentirem os efeitos do álcool mais rapidamente. Mas, a razão principal é a economia das calorias da comida em função do álcool, visando a manutenção do corpo magro.

Muitas dessas mulheres apresentam o “binge drinking”, ingerindo grandes quantidades de bebida em curto período de tempo, podendo ou não provocar o vomito a fim de beberem novamente ou de evitar a ingestão das calorias por medo de engordar.

Segundo a OMS 10 a 12 % das pessoas apresentam alcoolismo que, por sua vez, é associado à ansiedade, depressão, anorexia e bulimia. O álcool atua como anestésico ao mal dessas emoções negativas e como redutor de stress.

As causas são multifatoriais. Diversas causas, físicas, genéticas, psicológicas, familiares atuam produzindo esse efeito.

Entre os fatores desencadeantes estão a valorização cultural do corpo magro e a aceitação social da bebida. A mídia frequentemente divulga “celebridades” que abusam do álcool e que recebe indevida valorização, com as quais essas pessoas se identificam.



Dr. Marco Antonio De Tommaso
- Psicólogo e psicoterapeuta pela Universidade de São Paulo
- Atuou no IPQ HC USP em pesquisa e atendimento
- Credenciado pela Assoc Bras para Estudo da Obesidade
- Consultor da Unilever - Dove na Campanha pela Real Beleza
- Psicólogo das Agências Elite e L'Equipe de modelos.

11 - 3887 9738 www.tommaso.psc.br tommaso@terra.com.br
http://tommasopsicologia.blogspot.com/

Rua Bento de Andrade, 121 Jardim Paulista São Paulo

sábado, 12 de setembro de 2009

MATÉRIAS REVISTA BOA FORMA SETEMBRO 2009

Caros amigos,



Passo a vocês matéria de minha coluna ,“O melhor de você”, na revista Boa Forma no mês de setembro de 2009.


Tommaso



Olá, Dr. Tommaso,
Meu nome é Aline*, tenho 29 anos, 68 quilos, 1,72 metro e gosto de mim assim – ok, até queria emagrecer um pouco, mas não estou disposta ao sacrifício de parar de comer o que gosto. Meu namorado vive elogiando meu “excesso de gostosura” e sou aquela garota para quem as pessoas olham e falam: “Nossa, que gordinha linda!”. O problema é que ultimamente perdi três oportunidades de emprego por causa das minhas formas – trabalho como recepcionista em eventos e tenho certeza de que o fato de eu não ser magérrima (os 5 quilos que ganhei durante uma viagem recente fizeram bastante diferença) contou. Não sei para onde ir: sofrer para me encaixar em um padrão ou assumir minha aparência e buscar um lugar que me aprove assim?

* nome trocado para preservar a identidade da leitora


Querida Aline,
Você já sabe que tem dois caminhos como opção. Agora cabe definir o que é mais importante para você neste momento: o prazer momentâneo de comer o que quiser ou livrar-se do incômodo de ser a “gordinha linda” e garantir sua aceitação no meio profissional que escolheu. No caso de ficar com a primeira alternativa, vale lembrar que, se engordou 5 quilos recentemente (ainda que não esteja claro em quanto tempo), quer dizer que tem alguma tendência para ganhar peso facilmente. E, se não se policiar, eles podem virar 10 quilos, 15... e aí, sim, você terá um problema. Cá entre nós, Aline, não se trata de fazer mudanças radicais, uma vez que os quilos adquiridos não são tantos assim e, pelo menos por enquanto, não chegam a representar perigo para a sua saúde e vida social. Sim, por enquanto, é bom destacar. Afinal, o perigo aqui é você se acomodar na situação de estar agradando seu namorado com seu “excesso de gostosura” e chamar a atenção como gordinha charmosa e acabar se permitindo comer além da conta. Só que, aí, corre o risco de deixar de ser gordinha para se tornar gorda mesmo, obesa até.
Quanto a sofrer para se encaixar em um padrão, todos nós temos que nos submeter a isso em algum momento e em algum setor da vida. Aproveite que você está no lucro (leia-se: com apenas 5 quilos extras) e faça a sua parte antes que entre no prejuízo, quando vai ser bem mais difícil recuperar a forma e a autoestima, que já parece um pouco abalada, não? Use o seu bom-senso. Corte os excessos à mesa, coma com consciência, pratique alguma atividade física. Exercitando-se, você, de quebra, controla a ansiedade, uma das principais detonadoras do desejo de atacar a comida.
Um abraço,
Tommaso