sexta-feira, 29 de junho de 2012

COMER NOTURNO II


COMER NOTURNO II


     Márcia, 24 anos, toma apenas café preto pela manhã. Durante o dia come muito aquém de suas necessidades e, não raramente, passa o dia com meia maçã e um iogurte desnatado. Sente-se fraca, cansada, irritada e ansiosa. À noite “devora” alimentos ricos em carboidratos e gorduras, sentindo-se sem controle após a primeira mordida. Em curto prazo recupera a energia e reduz a tensão. Depois se sente culpada: “se eu não fizer isso não consigo dormir e fico agitada”.

     A ingestão de mais de 50% das calorias à noite, após a última refeição, é conhecida como Transtorno do Comer Noturno e caracteriza-se por fome intensa à noite, insônia e falta de apetite na manhã seguinte.

     A alimentação diurna habitualmente é pobre, com mudança de humor e ansiedade crescente ao longo do dia, que, aliados à fraqueza e à fadiga culminam na “fome noturna”. O alimento pode ser ingerido em grandes quantidades, como no “ataque de comer”, mas, com maior freqüência, mediante beliscadas sucessivas, sendo que muitas pessoas levantam-se da cama varias vezes para comer e só depois conseguem dormir. Os alimentos consumidos via de regra são ricos em carboidratos e gorduras, ingeridos praticamente sem mastigar, muitas vezes às escondidas, reduzindo provisoriamente a ansiedade noturna. Posteriormente pode haver culpa e auto depreciação. Mesmo quando a dieta provê ceia a pessoa pode sentir medo de “ter fome e não dormir”. Vai “comer alguma coisa” e a primeira beliscada fora do cardápio detona o processo. Na manhã seguinte não sente fome e não toma café da manhã.

     Ao longo do tempo torna-se um padrão de comportamento e a pessoa pode organizar sua dieta para poder comer à noite, fazendo um semijejum diurno e um autêntico banquete noturno, para o qual “economiza calorias” de diversas refeições, suprimindo-as ou reduzindo-as. Só que acaba perdendo o controle, ingerindo muito mais do que economizou e. engorda.

     O medo de “sentir fome e não poder dormir” leva-o a desbalancear a dieta.  A necessidade de antecipar a “solução” para a “fome que acha que sentirá a noite” torna-se tão cristalizada que resistirá à mera persuasão do médico e da nutricionista. “Eles não conhecem meu organismo” dizem alguns, quando orientados a modificarem a forma de alimentar-se durante o dia.  Outros têm consciência da ansiedade e se automedicam com tranqüilizantes e “remédios para dormir”.
     Tal hábito, automatizado, põe o trabalho médico/nutricional por terra e, juntamente com ele, a proposta de emagrecimento.

     1,5 da população,10 % dos obesos e 27% dos obesos mórbidos têm transtorno do comer noturno, com predominância masculina. 
     O tratamento envolve, além do trabalho médico/nutricional, a inclusão da PSICOTERAPIA COMPORTAMENTAL E COGNITIVA.

                            Dr.  Marco Antonio De Tommaso
-          Psicólogo Clínico pela Universidade de São Paulo
-          Atuou IPQ H.C.U.S.P. em pesquisa e atendimento
-          Credenciado pela Assoc Brás para Estudo da Obesidade
-          Articulista da revista Boa Forma “No Divã”
-          Consultor  da Unilever – Dove na campanha pela real beleza
-          Consultor de psicologia site www.giselbundchen.com.br
-          Psicólogo da Agência L’Equipe de Modelos.


(11) 3887 9738                       www.tommaso.psc.br     tommaso@terra.com.br  

Nenhum comentário: